A Independência e a Constituição - Sete de Setembro e Cinco de Outubro
Em dezembro de 1821, chegou uma ordem de Portugal exigindo o retorno de D. Pedro e a reação decorreu da criação do Clube de Resistência. Em janeiro de 1822, durante uma audiência no Senado, um documento com mais de 8 mil páginas foi entregue a D. Pedro. Esse documento exigia a permanência do príncipe regente no Brasil.
Supostamente motivado por isso, D. Pedro disse palavras que entraram para a história do país: “Como é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”. Os historiadores não sabem ao certo se essas palavras foram mesmo ditas por D. Pedro. De toda forma, esse acontecimento marcou o Dia do Fico.
A sucessão dos acontecimentos nos meses seguintes, foram responsáveis por incitar o Brasil à ruptura com Portugal, uma vez que isso não era claro em janeiro de 1922. Ao longo do processo de independência, duas pessoas tiveram grande influência na tomada de decisões de D. Pedro: sua esposa, Maria Leopoldina e José Bonifácio de Andrada e Silva.
O rompimento ficou cada vez mais evidente com algumas medidas aprovadas no Brasil. Em maio de 1822, foi decretado o “Cumpra-se”, medida que determinava que as leis e as ordens decretadas em Portugal só teriam validade no Brasil com o aval do príncipe regente. No mês seguinte, em junho, foi determinada a convocação de eleição para a formação de uma Assembléia Constituinte no Brasil.
A relação das Cortes portuguesas com as autoridades brasileiras permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses brasileiros. Em 28 de agosto de 1822, ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem de retorno imediato de D. Pedro a Portugal. Além disso, ordenava o fim de uma série de medidas em vigor no Brasil e tidas pelos portugueses como privilégios e os ministros de D. Pedro eram acusados de traição.
A ordem lida por Maria Leopoldina a convenceu da necessidade de rompimento com Portugal e em 2 de setembro, organizou uma sessão extraordinária, assinou uma declaração de independência e a enviou para D. Pedro que estava em São Paulo. O mensageiro chamado Paulo Bregaro, alcançou a comitiva de D. Pedro, na altura de São Paulo, quando estava próximos ao Rio Ipiranga.
O príncipe regente leu todas as notícias e ratificou a ordem de independência com um grito às margens do Rio Ipiranga, conforme registrado na história oficial. Atualmente, os historiadores não tem evidências que comprovem o grito do Ipiranga.
O 7 de setembro não encerrou o processo de independência do Brasil. Esse processo seguiu-se com uma guerra de independência e nos meses seguintes, houve acontecimentos importantes, como a Aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil, no dia 12 de outubro e, sua coroação no dia 1º de dezembro.
Entre as conseqüências da independência do Brasil, podemos mencionar o surgimento do Brasil enquanto nação independente, a construção da nacionalidade “brasileira”, o estabelecimento de uma monarquia nas Américas, junto da haitiana e mexicana e o endividamento do Brasil por meio de um pagamento de 2 milhões de libras como indenização aos portugueses na época.
Estas informações estão disponíveis “Independência do Brasil” – Brasil Escola de Daniel Neves Silva e são um primeiro conteúdo que iremos abordar sobre a correlação entre Independência e Constituição até a data de 05 de outubro.